O caminho a tomar onde te dará mais segurança, tranquilidade e foco ideal para aumentar produtividade. Te contamos qual o melhor caminho em meio ao caos.
E lá vem os primeiros raios de Sol. É mais um dia no mundo chamado CAOS, e você já acorda com uma lista imaginária na cabeça repleta de tarefas para cumprir. Antes mesmo de sair de casa, você se imagina fazendo pelo menos 80% dela.
Tudo parece caminhar para um dia tranquilo.
Aí vem o trânsito, imprevistos, emails não lidos, spams, celular e aplicativos, e o chefe que pede por uma mãozinha bem na hora que você tinha se concentrado. Para completar, seu celular parece “pipoca na panela”, implorando por sua atenção. Seus amigos curtiram sua foto no Instagram, alguém te mandou inbox no Facebook e o grupo da família não para de se dar bom dia até o último tio responder.
A verdade é que o mundo está pouco se importando para sua lista de afazeres.
Hoje, estamos literalmente 24 horas conectados e acessíveis. Uma pesquisa da consultoria Deloitte mostrou que, em 2015, o brasileiro conferia seu celular 78 vezes, em média, por dia. E, no lugar que carinhosamente chamamos de “ambiente de trabalho”, somos interrompidos aproximadamente uma vez a cada 11 minutos.
Para piorar todo esse cenário ameaçador à produtividade, soma-se o caos interno que cada pessoa carrega.
O ser humano processa mais de 4.000 pensamentos POR DIA! É quase um a cada 14 segundos. Olhando pra tudo isso, dá pra entender porque estamos passando por uma crise de produtividade. Nós não nos sentimos tão produtivos quanto deveriamos/poderiamos ser. A verdade é que fomos enfiados em um ambiente de CAOS e estão exigindo uma produtividade sobrenatural.
Sobra potencial produtivo, mas falta tempo e foco. Como sair desse paradoxo? Como aumentar produtividade?
O melhor conselho que posso dar é: não seja muito duro com você mesmo.
Entenda como você funciona e tente operar sempre na sua melhor performance, sem forçar o motor do carro. Principalmente se você estiver em um terreno enlameado. Acelerar loucamente, neste caso, só vai gastar combustível e atolar você de vez.
Existem muitos estudiosos olhando para o Potencial Produtivo Individual e fazendo o trabalho sujo para hackear esse assunto. De todos, o que eu mais gosto é o simpático senhor Mihaly, dá uma olhada no TED dele falando sobre Flow.
Este ser iluminado andava fascinado com a habilidade de músicos, pintores, artistas e até pilotos de avião, que conseguem ficar horas fazendo a mesma atividade sem nem mesmo sentir fome, vontade de ir ao banheiro ou se entediarem.
Mihaly estudou este fenômeno a fundo e descobriu que todos nós temos essa habilidade, que ele chamou de FLOW (fluxo). Alguns entram em FLOW com mais facilidades que outros.
Por exemplo, eu como bom TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), tenho muita dificuldade de criar uma imersão total em alguma atividade que faço, por conta da minha falta de atenção e mente/corpo hiperativo. Sendo bem simples e direto, Mihaly descobriu que o estado de Flow é atingido em uma relação entre habilidade x desafio. Tem a ver com o quanto tal atividade nos desafia a usar nossas habilidades.
O segredo do flow é encontrar a tensão ideal entre essas duas variáveis. Não pode ser mais desafiador do que nossa habilidade é capaz e nem muito trivial a ponto de não exigir habilidades.
Os games de hoje em dia são ótimos em nos colocar no estado de FLOW. Quando você está jogando no Modo Easy, você acha o jogo chato e bobo. Quando joga no Hard você simplesmente fica irritado e desiste por não conseguir passar de fase. Você precisa achar o nível de dificuldade ideal pra jogar. Que te desafie mas te permita avançar. E quando você encontrar, pode ter certeza que você saberá, pois passará horas jogando esse jogo, bloqueando instintivamente qualquer distração. É a mágica da Produtividade. (Sim! jogar Games pode ser produtivo)
Gosto de pensar que o Estado de FLOW é um lugar dentro da gente. Um espaço onde a gente encontra nossa paz interior e ninguém mais consegue entrar, só nós mesmos.
Você precisa só achar a chave e abrir a porta.
Arrisco dizer que você até já entrou nesse lugar em você, mas nem se deu conta. Já deve ter se deparado com alguma atividade que você ficou fazendo por horas, sem perceber o tempo passar, a fome chegar ou o celular apitar. É tipo aqueles tags de porta no hotel com a mensagem de “Não pertube”. Você fica enclausurado lá dentro e o mundo inteiro fica esperando do lado de fora.
Beleza até agora, mas tem outro paradoxo que nos assombra. Como designer, eu preciso manter minha mente ativa, conectada, multidiversificada para ser criativo nas soluções dos problemas dos meus clientes. E para isso, o CAOS é ótimo. Mas a grande transformação que passei foi quando aprendi a deixar até mesmo o CAOS criativo para fora da sala de FLOW na hora de ser produtivo. É difícil! Ele bate na porta o tempo todo, mia, arranha, chora e apela para o emocional, para assim você ceder. Mas é necessário.
Depois que passei a frequentar diversos modelos de “ambiente de trabalho” nessa vida de freelancer viajante, eu finalmente consegui exteriorizar minha sala de FLOW e projetá-la em qualquer lugar físico. Foram diversas salas, escritórios, coworkings, offices, meeting rooms e até parques públicos que eu passei a decorar com a minha sala de FLOW.
Assim como a decoração de uma casa, esse nosso espaço interior tem que ser a nossa cara. Tem que ser decorada por você; ter os seus pertences espalhados.
Quer saber dos meus? – Tudo bem, vou contar alguns itens que você pode encontrar na minha sala:
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Playlists tocadas em um bom Fone de Ouvido
Eu seleciono à dedo (ou ouvido) as músicas que dão ritmo ao meu foco na atividade. Normalmente são músicas com letras que eu não conheço, ou só instrumentais. Essas músicas, tocadas em um fone de isolamento acústico praticamente me tiram da realidade. É o isolamento do mundo exterior que eu preciso e também a trilha sonora para acalmar o CAOS interno. O cérebro parece que sabe que é hora de fechar a matraca e guardar as ideias pra uma outra hora.
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Um celular desligado
É um item muito raro. Praticamente não encontramos celulares desligados por aí. Mas na minha sala de FLOW tem. Ele fica lá com a função de peso de papel para evitar das folhas e post-it’s voarem. Ele é ótimo nisso.
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Roupas Confortáveis:
Parece bobagem, mas sabe aquela vontade de ficar pelado em casa quando você está sozinho? (Não sabe?- Nem eu). É tipo isso! O ser humano não foi feito pra vestir roupa.
A gente usa roupa por dois motivos: expressar nossas identidades e cobrir o corpo. Dentro da Sala de FLOW você não precisa provar nada pra ninguém, então, se veste do jeito que você se sentir mais confortável, dane-se o resto do mundo (isso às vezes significa ir de pijama para o Coworking).
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Café na caneca certa:
Manias, todo mundo tem. Eu troquei meus vícios de Red Bull e cigarro, por um copo térmico irado e um bom Coffee time. Escolho o café certo, e coisa e tal. É só mais um item na decoração da sala, mas me ajuda bastante a sentir a sensação gostosa de estar em casa. Deve ter alguma explicação científica que comprove o poder do café de te dar conforto a cada gole.
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Horário Específico do dia:
Sim, eu tenho os meus horários em que eu sou mais produtivo. Normalmente é de madrugada, principalmente depois de uma boa soneca. Então adquiri o hábito de dormir entre as 18:00 horas e meia noite, para ficar acordado de madrugada. Assim fico acordado quando metade do mundo está dormindo.
É importante saber o horário que você performa melhor e respeitar isso, pois é uma questão quase 100% biológica.
Acho que produzimos bastante para um post, não é mesmo?
Vou deixar outros pontos e reflexões para uma próxima conversa. Se você achou legal, eu adoro falar sobre esse assunto. Minhas redes sociais e formas de contato estão sempre abertas para a gente continuar essa conversa. Só chegar e dar um oi. O contato provavelmente fará meu celular pipocar e na hora certa com certeza eu terei o maior prazer de interagir.
Vou sair agora, trancar a sala de FLOW e voltar pro mundo CAOS.
Até a próxima visita.
Saiba também porque a Gestão de Design é fundamental, no link abaixo:
2 comments
Rapaaaazzz… Que ótimo esse texto agora.
Eu “descobri” (não procurei ajuda médica, mas percebi 1k de similaridades bem explícitas) que muito provavelmente tenho TDAH (sem o H), e estou tentando iniciar como freelancer em Design. Cara, que dificuldade em me organizar, tentei algumas abordagens ainda sem sucesso mas seu texto elucidou algumas estratégias que talvez eu possa tentar. Gostaria de dicas de como começar. Agora dá licença que vou correndo ler o link sobre gestão de design que vc indicou. Vou te procurar nas redes sociais tbm 😉 (y)
OI Diegao! Tudo massa? – Desculpa pela demora para responder. Gostei muito da sua mensagem, muito obrigado pelos cumprimentos e que legal sua identificação com o texto. Acho bem possível que você tenha algo no seu mindset que se enquadre como TDAH, todos nós temos um pouco. Mas não é nada para se preocupar ou tratar, o importante é entender como você funciona e extrair o seu melhor. Posso te dar uma dica muito simples e poderosa: Comece do começo, comece se conhecendo melhor. Antes de escolher o destino da sua vida e o caminho à percorrer descubra primeiro quem é o motorista. Assim você pode desligar o GPS, esquecer os atalhos e confiar plenamente no cara que está dirigindo (você mesmo). Se você se conhece muito bem, você saberá a hora de pegar a esquerda ou a direita. Tem várias formas se conhecer e a melhor é aquela que funciona pra você. Eu sou meio auto-de-data no assunto, então eu pesquisei muito na internet, achei um processo onde você coloca sua vida em uma timeline e preenche ela com seus melhores momentos (tente lembrar de todos). Depois disso você vai destacando o que te fazia feliz nos seus melhores momentos e tente extrair a essência do momento e procure por padrões (todos nós temos). Conforme você for achando o que te faz bem e feliz você deve tentar encaixar essas coisas para ter mais melhores momentos de agora em diante. Podemos bater um papo sempre, me procura no face ou insta e seguimos falando!
hrmota
hrmota.art
ass. Henrique Mota