O Design e a Interdisciplinaridade, Universidade e Co-criação

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É mais ou menos assim que fica a cabeça de alguém quando caminha pela trilha mágica do mestrado. E não precisa ser nenhum gênio para sacar que estou meio perdido nesse caminho…na verdade nem tanto. Eu que sou um pouco dramático. Mas o problema é que até o momento encontrei tanta coisa, mas tanta coisa mesmo, que em um certo ponto tudo se embaralhou.

Des1gnon | Design e a Interdisciplinaridade

Mas como encaixar as coisas?

Eu não sei, se não, não estaria montando esse texto para vocês.

Mas eu quero arriscar e tentar deixar um pouco mais caótica essa situação, quero começar escutar opiniões e pontos de vista diferentes, aliás meu tema tem um pouco a ver com isso. Vai que dá certo. Mas antes de tudo…

Pra que mestrado meu jovem?

Muita gente já me perguntou isso, então não é tão difícil responder. Sabemos que um mestrado não faz tanta diferença para uma agência ou escritório de design, então esse não é um motivo.

O outro é que não estou fazendo isso por dinheiro, até porque já não teria escolhido a profissão de design.

Mas então, porque diabos?

Des1gnon | Design e a Interdisciplinaridade - co-criação

Pelo simples motivo de querer ser professor, seguir a trilha da vida acadêmica (tá bom, vou parar com esse papo de trilha). Mas a grande questão é que eu acho muito louco esse lance de ser professor. Lógico que não posso afirmar muitas coisas porque não vivenciei na pele a profissão, mas me desperta o interesse em sentir essa experiência. Montar aulas, falar com os alunos, escutar os alunos, discutir com os alunos, etc. Por sorte tive professores muito bons e isso também me motivou à escolha.

AGORA DESENBUCHA!

Não sei se ajuda mas eu consegui fechar um título para o meu projeto alguns dias atrás.

“Interdisciplinaridade no campo acadêmico – Uma oportunidade através da prática da co-criação”

Meio loucura esse lance de compartilhar título de trabalho, alguém até poderia usar. Mas eu tenho um pouco de fé na humanidade.

Des1gnon | Design e a Interdisciplinaridade - uni

Enfim, o título trás algumas palavras que quero focar na minha pesquisa. Interdisciplinaridade, Acadêmico (universidade) e Co-criação. Acredito que esses sejam os três pilares principais.

Mas qual a definição de co-criação?

Sanders e Stappers definem a co-criação como “qualquer ato de criatividade, por exemplo, criatividade que é compartilhada por uma ou mais pessoas”, cujo termo é bastante amplo e tanto abrange a física, o material e o espiritual. Eles defendem que o co-design “refere a criatividade de designers e, também, pessoas não treinadas em design, trabalhando juntas em um processo de desenvolvimento de um projeto“. E é uma forma específica de co-criação, pois a criatividade colectiva é aplicada em toda a extensão do processo de design. Para estes autores, este tipo de prática de projeto já existe há cerca de 40 anos, sob o nome de design participativo, e só recentemente que surgiu a obsessão com o que agora é denominado de co-criação/co-design.”

Durante os quatro anos que passei no curso de design sempre me interessou conhecer um pouco de outros cursos, saber o que rola em direito, em medicina, turismo e assim por diante. Quando você fica preso no seu campus acaba perdendo muita coisa que sua universidade pode te oferecer, portanto, fui achando algumas saídas.

Era muito massa ver assuntos que tinha abordado em projetos de design partindo de outros grupos e de outras áreas. Os pontos de vista são diferentes, a maneira de pensar é diferente. E isso me encantou muito na Universidade. Além disso percebia que o design carregava um elemento que pode ser claramente entendido nessa citação do Rafael Cardoso:

“O design tende ao infinito, ou seja, a dialogar em algum nível com quase todos os outros campos do conhecimento”

Não vai me dizer que não deu uma choradinha? Poxa, eu achei lindão isso.

Existem projetos e projetos e muitos deles trazem em si esse tchan de outras disciplinas. E é isso que torna o design tão interessante (e difícil de entender é claro). Design é gororoba também, é mistura, é conexão entre disciplinas, é pensar relacionamentos. Portanto, está claro que isso foi o ponto mais alto do projeto que quero mostrar.

Mas então, se o design tem essa capacidade de se relacionar com outras disciplinas, de forjar relações tão “mágicas”, porque na Universidade é cada um no seu quadrado? Quase nenhum curso interage com outro curso (a não ser em cervejada e JUCA mas isso de maneira alguma entra no assunto).

Muitas vezes o próprio curso nem mesmo se relaciona com ele mesmo, entre a sala, entre os períodos. É muito raro isso acontecer. E aí que surge o que eu quero investigar. Será que, através da co-criação, poderíamos pensar de uma forma mais interdisciplinar o campo acadêmico? Será que em algum momento, alunos de áreas diferentes podem se relacionar e desenvolver projetos? Talvez sim, talvez não. Estou curioso em descobrir.

Mas ainda não entendi onde a gente entra no jogo, diz o leitor.

Caríssimos leitores, queridos do meu coração. Como meu projeto trás essa questão de cooperação, porque não pedir ajuda para quem sabe sempre uma coisa a mais que você?

Vocês. Daqui pra frente pretendo trazer tópicos, e referências do que já pesquisei e o que entendi até então, e a ideia é que vocês compartilhem nos posts o que já viram sobre e discutam também. Prometo tentar responder a todos.

Calma, que não vou pedir para ninguém escrever o meu teórico. Loucura, loucura! Até porque ainda estou naquela fase de escrever a proposta de pesquisa, artigos, e bla bla bla. Ou seja, muito chão pela frente. Mas o intuito é usar a essência do projeto como ferramenta da pesquisa.

E aí o que acham? Topam dar esse help?

 

 


Fontes:
Artigo: Do design ao co-design –  Uma oportunidade de design participativo na transformação do espaço público | Autor: Sofias Águas, Universidade Lusófona de humanidades e tecnologias
Imagem capa Freepik
2 comments
  1. Demais sua abordagem sério gostaria muito que existisse isso na Faculdade onde estudo e em outras também, parabéns pelo Blog.
    Essa questão de interação entre alunos se estende até as próprias carreiras depois de formados pois o profissional entra no mercado fechado e não costuma interagir com outros profissionais para pedir ajuda em algum projeto.
    Acho que a colaboração deveria estar enraizada no ser do profissional, e não há lugar melhor pra isso que começar na faculdade!

    1. Valeu Fabio, e realmente senti durante a faculdade essa ausência de interação entre os cursos. Logicamente, acredito que exista muitas pedras no caminho para isso ser resolvido, porque é necessário ser muito bem pensado essa logística. Não podemos simplesmente atacar dois a três cursos diferentes em uma sala e dizer “se vira ai galera!”. E com relação ao mercado, dificilmente existe esse contato com outros profissionais, principalmente se a empresa é menor e tem menos capital. Porém, um outro ponto que me interessou a pesquisar sobre esse assunto é que aos poucos estão surgindo startups, empresas, coletivos já com esse pensamento interdisciplinar muito mais forte que antes, e em poucas universidades que tive o prazer de visitar, percebe-se um interesse por parte dos alunos também.

      Por fim, espero que você continue acompanhando nosso blog e os outros posts relacionados à esse tema que irei lançar.

      Aquele abraço!

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