Cliente vs Designer: Aprenda com o erro dos outros

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Conheça experiências de designers que já se deram mal com cliente por motivos diferentes.

Um novo projeto de branding pode ser realmente emocionante e você pode criar grande expectativa sobre ele, mas se não tomar cuidado pode virar um pesadelo. São diversos problemas que você pode vir a enfrentar com clientes. Alguns simplesmente não sabem o que querem, ou não sabem pedir o que pensam. Outros enchem sua caixa de e-mail com mil e uma alterações, e não sabem a hora de parar. Outros não cumprem com o combinado de prazo ou valor, ou simplesmente não pagam.

Esses e muitos outro problemas ocorrem dia-a-dia na vida dos designers, infelizmente. Experiências profissionais ruins são mais comuns do que muitos pensam. É bom aprender com elas, e melhor ainda aprender com quem já passou por isso.

Vou citar histórias de três profissionais diferentes, que contam suas más experiências com clientes na área de branding. No final segue dicas do melhor a se fazer em cada situação.

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História A

Designer 1

Estava criando um logo para um cliente, em que combinava uma roda com o nome da empresa. Pedi um briefing e apresentei três conceitos iniciais. Rapidamente, ele identificou o modelo que o agradou e começamos a trabalhar naquela direção. O cliente foi muito específico, por isso fiquei satisfeito; afinal, quanto mais detalhado for o brienfing e o feedback, mais fácil é a certeza de que você está no caminho certo. Eu estava entusiasmado, pois parecia lidar com o cliente perfeito.

Concordamos em ter três reuniões. As primeiras duas foram bem leves. O cliente ajustou algumas coisas, as cores, e pediu pra aumentar o ícones. Assim feito, parecia que o projeto estava quase finalizado.

Porém, ele decidiu que não gostou da roda que eu fiz. Queria uma com seis raios, em vez de cinco. Eu não liguei para as mudanças, já que era a vontade do cliente, e não foi um problema fazer as alterações. Mas, depois, parecia que ele havia deixado de gostar do resultado para ficar cada vez mais implicante, acompnhando as mudanças de maneira mais e mais detlahista.

Ao mesmo tempo que implicava com cada detalhe, argumentava que as novas reuniões não entrariam na conta, já que o conceito básico já havia sido definido e estávamos fazendo apenas pequenos ajustes. Na visão dele, os limites não haviam sido ultrapassados.

Falei para o cliente que eu faria o trabalho que ele queria, mas cobraria pelas horas, pois estavam fora daquilo que havia sido combinado inicialmente. Só conseguimos finalizar essa situação porque, na reunião número oito ou nove, disse a ele que poderíamos ter somente mais uma reunião de mudanças e que ele ficasse à vontade para chamar outra pessoa para mexer no projeto depois daquilo. Nunca soube o que aconteceu depois.

Dica sobre o que fazer:

Existe um limite em relação ao que pode ser dito no início de um job, você deve ser claro, mas não pode assustar o cliente falando demais, mas é bom definir o número de alterações, por exemplo. Alguns projetos serão mais simples que outros, mas é importante saber pôr um ponto-final em uma questão.

 

+Veja também: Frases famosas de “Clientes from Hell”

 

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História B

Designer 2

Concordei em criar seis logos para uma empresa que tinha seis produtos. O preço que negociamos já era baixo, pois estava fazendo o job quase como favor. Acabei gastando mais que o tempo combinado para concluir os logos, porque, apesar de a grana não ser muita, queria fazer um bom trabalho. Afinal, o job refletiria minhas habilidades e faria parte do meu portfólio.

Embora eu tenha abordado a criação da mesma forma que faço com os trabalhos mais lucrativos, meu grande erro foi não ter a mesma relação que tenho com outros clientes, já que não defini os parâmetros do projeto. Não combinamos quanto tempo eu passaria ajustando os designs, por isso o cliente aparecia com cada vez mais alterações.

Depois disso, demorou cerca de seis meses para me pagarem, mesmo com lembranças constantes de minha parte. Sempre haviam mais e mais desculpas para não pagar.

Analisando agora, percebo que o cliente foi prepotente. Mesmo se você estiver trabalhando em um projeto parcialmente para se expor, deve se impor como faria se tivesse recebendo por um bom pagamento. Se fizer algo por menos, o cliente vai esperar mais, uma vez que você já lhes concedeu o poder sobre a situação. É preciso estabelecer um acordo formal e formalizar um contrato, não importa o desconto que será dado.

Dicas do que fazer

É fundamental fazer acordos, independente do valor. Estipule todas as datas e prazos. Não abra brecha para ninguém tirar vantagem de você.

 

+Veja também: 5 dicas para entender melhor seu cliente

 

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História C

Designer 3

Cometi um erro crucial: trabalhei para um amigo. Pensei que ele fosse gente boa, mas não conhecia seu lado empresarial. O projeto era a marca da empresa dele. No início, ele queria algo parecido com um emblema de qualquer outra companhia. Falei que aquilo não representaria seu negócio e que a maioria das pessoas não a associariam aquela aparência com que ele vendia. Fiquei satisfeito por ele ter ouvido meu conselho e pensei que as coisas seriam fáceis, já que estava me escutando.

Contudo, voltamos atrás e passamos a considerar os elementos que ele queria no logo. De repente, tinha mais 100 e-mails na minha caixa de entrada. A cada manhã chegava 10 ou mais, todos marcado com “urgente”, contento instruções explícitas sobre as mudanças que ele queria.

Quando os elementos principais foram finalizados, ele encontrou outras coisas para implicar. Criei o logo no Illustrator, mas enviei em JPG, já que ele não tinha o software para visualizar o arquivo. Toda vez que enviava as revisões, ele usava o zoom e, depois, mandava um e-mail com as seguintes instruções: “Mova esse pixel para a parte superior” ou “Tente colocar esse pixel mais embaixo”.

Disse a ele que cobraria por todas essas revisões e, além disso, estava perdendo a paciência. Então, ele decidiu comprar o Illustrator e, obviamente, não sabia como mexer nele. Até pediu pra que eu o ensinasse para ele mesmo fazer as alterações. Respondi dizendo que não era meu trabalho. Ele pediu os arquivos abertos e recusei, já que ele ainda não tinha me pagado.

Por fim, ele decidiu seguir em frente comigo. Acordei no outro dia com um monte de revisões, uma mais entediante que a outra. Um pixel para cima, outro pra baixo. No final, fiquei com mais de 400 e-mails e uma enxaqueca.

Dicas do que fazer

Novamente, se atente aos prazos e data limite para alterações, ou mesmo um número máximo de alterações. Clientes podem abusar da nossa boa vontade caso não faça isso, mesmo, e principalmente, se for amigo!

 

 

 

 

 

 

Fonte: Computer arts projects ed.19
Imagem capa “bad review flat vector icon” de Shutterstock

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2 comments
  1. Kkkkkk, sensacional. Trabalhar design com cliente é complicado, ainda hoje as pessoas não entemde o que representa uma marca, pedem para fazer alterações ou colocar coisas desnecessárias ao seu próprio gosto e não algo representativo a empresa. E o salário ó…

  2. Eu sou só uma estudante que gosta de fazer logotipos e inventar coisas no PS e Illustrator, mas tem pessoas que entram em contato comigo porque gostam do que eu faço, e até fazem “encomendas”. Por enquanto faço apenas por diversão, já que não é a minha profissão, e mesmo assim sofro com gente que extrapola no o limite de modificação. Isso é um saco.

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